Estudo comprova a eficácia do ácido hialurônico no tratamento da atrofia vulvovaginal, destacando-se como alternativa segura e eficaz ao estradiol. Descubra como ambos os tratamentos melhoram significativamente a elasticidade, secreções, pH e hidratação vaginal, proporcionando alívio para diversas queixas e melhorando a qualidade de vida das mulheres pós-menopausa.
O problema
A atrofia vulvovaginal (AVV), também conhecida como síndrome geniturinária da menopausa (SGM), é uma condição caracterizada por secura, prurido, ardor, dispareunia e sintomas urinários resultantes da diminuição dos níveis de estrogênio no sangue. Com a menopausa ocorrendo em média entre os 46 e 50 anos, muitas mulheres passam parte significativa de suas vidas no período menopausal.
A diminuição dos níveis de estrogênio leva à redução de Lactobacillus sp. na flora vaginal e à alcalinização do pH, resultando no afinamento do epitélio, maior suscetibilidade a traumas e diminuição da resistência a infecções. Esses efeitos ocorrem não apenas durante a menopausa natural, mas também em pacientes que recebem tamoxifeno, inibidores de aromatase e outros medicamentos para câncer de mama.
A terapia de reposição hormonal oral (TRH) é altamente eficaz no alívio dos sintomas, incluindo queixas vasomotoras. No entanto, essa terapia não deve ser administrada a pacientes com certas condições, como câncer de mama, câncer geniturinário, histórico de hiperplasia endometrial, doenças hepáticas, doenças cardiovasculares e enxaquecas.
A percepção sobre a TRH mudou após o estudo da Iniciativa de Saúde da Mulher (WHI) de 2002, aumentando a busca por tratamentos não hormonais.
Em estados hipoestrogênicos, a redução de colágeno tipo I e III resulta em menor força do tecido. A AVV afeta vários aspectos da saúde das mulheres, e seus sintomas precisam ser abordados devido ao impacto significativo na qualidade de vida e na função sexual.
O ácido hialurônico, um glicosaminoglicano presente na matriz extracelular, promove a diferenciação do epitélio vaginal, melhora a adesão celular e fortalece a defesa dos tecidos vaginais, aumentando a retenção de umidade1.
O estudo abordado neste paper busca comparar os efeitos do ácido hialurônico e do estradiol no tratamento da atrofia vulvovaginal, avaliando seus impactos na saúde vaginal e seus sintomas associados, fornecendo insights valiosos sobre opções terapêuticas alternativas e eficazes para a AVV¹.
Tipo de estudo:
Ensaio clínico randomizado, controlado, monocêntrico, prospectivo e comparativo.
Questão de pesquisa (PICO):
População: 300 mulheres, com idade acima de 40 anos, apresentando valor de FSH acima de 25 pg/ml, valor de LH acima de 20 pg/ml, valor de E2 abaixo de 15 pg/ml, espessura endometrial de 5 mm ou menos, e ausência de menstruação por 12 meses.
Intervenção: A intervenção principal foi a administração de ácido hialurônico intravaginal diariamente por 14 dias, seguido por duas vezes por semana nas duas semanas seguintes.
Comparador: O grupo de comparação recebeu estradiol intravaginal diariamente por duas semanas, seguido por duas vezes por semana nas duas semanas seguintes.
Resultados (Outcomes): Os principais desfechos medidos foram as alterações no ISV (Índice de Saúde Vagina), que inclui avaliação da elasticidade vaginal, secreções, pH, presença de petéquias na mucosa epitelial e hidratação. Secundariamente, foram avaliados sintomas como secura vaginal, ardor, prurido, dispareunia e sintomas urinários.
Referência: Eur Rev Med Pharmacol Sci. 2024 Jan;28(2):571-576. doi: 10.26355/eurrev_202401_35054.
Resultados¹:
Ambos os grupos apresentaram melhora significativa nos escores do ISV após o tratamento com ácido hialurônico ou estradiol. No entanto, não houve diferença estatística significativa na eficácia do tratamento entre os grupos;
Comparação do índice de saúde vaginal (ISV) antes e após tratamento com ácido hialurônico ou estradiol:
Grupo | N | Média antes do tratamento | Média após o tratamento | Valor de p (dentro dos grupos) | Valor de p (entre os grupos) |
Estradiol | 150 | 7,84 | 20,35 | 0,000** | 0,425 |
Ácido Hialurônico | 150 | 7,97 | 20,24 | 0,000** | 0,712 |
Notas: Valor de p dentro dos grupos: Comparação do ISV antes e após o tratamento dentro de cada grupo (grupos estradiol e ácido hialurônico); Valor de p entre os grupos: Comparação do ISV entre os grupos estradiol e ácido hialurônico após o tratamento.
O estudo mostrou que tanto o estradiol quanto o ácido hialurônico melhoraram significativamente os parâmetros do ISV, como elasticidade vaginal, secreções, pH, presença de petéquias e hidratação vaginal. O ácido hialurônico foi especialmente eficaz na retenção de água, destacando-se na hidratação vaginal;
As queixas mais comuns relatadas pelas pacientes foram secura vaginal (89%), prurido (75%), dispareunia (70%) e disúria (65%);
Em ambos os grupos de estudo, todas as queixas apresentaram redução estatisticamente significativa após o tratamento com ácido hialurônico ou estradiol. As queixas de secura, prurido, dispareunia, ardor e disúria mostraram melhora com valores de p = 0,000 em todos os casos, demonstrando a eficácia dos tratamentos em aliviar os sintomas da AVV;
Não houve diferença estatística entre os dois grupos em termos do efeito do ácido hialurônico e dos estrogênios nas queixas de dispareunia, disúria e ardor (p = 0,632, p = 0,106, p = 0,128);
O ácido hialurônico foi mais eficaz na redução do prurido, com p = 0,002, indicando melhora significativamente maior em comparação ao estradiol;
Em contraste, o estradiol foi mais eficaz na redução da secura vaginal, com p = 0,012, demonstrando superioridade significativa sobre o ácido hialurônico nesse aspecto.
O estudo confirma que tanto o ácido hialurônico quanto o estradiol são eficazes no tratamento da atrofia vulvovaginal, melhorando significativamente o índice de saúde vaginal e aliviando sintomas associados.
O ácido hialurônico, em particular, oferece uma alternativa viável para pacientes que não podem ou preferem não utilizar terapia hormonal. A administração vaginal de ácido hialurônico é segura, bem tolerada e proporciona alívio rápido dos sintomas, incentivando a adesão ao tratamento¹.
Benefícios para as pacientes¹:
As pacientes que não podem usar terapia hormonal devido a contraindicações, ou que preferem evitar tratamentos hormonais, podem se beneficiar significativamente do uso do ácido hialurônico. Este tratamento proporciona uma alternativa não hormonal com eficácia comparável ao estradiol, sem os riscos associados à terapia de reposição hormonal. Além disso, a administração vaginal de ácido hialurônico é bem tolerada, com poucos efeitos colaterais, tornando-o uma opção segura e eficaz para o manejo de AVV.
O ácido hialurônico é uma alternativa significativa aos tratamentos hormonais para a atrofia vulvovaginal. Durante a menopausa, a vagina perde colágeno e a capacidade de retenção de água, resultando em secura e vulnerabilidade. O ácido hialurônico ajuda a reter a umidade, promovendo a reparação da mucosa vaginal. Sua eficácia na hidratação e na melhora da elasticidade faz dele um adjuvante valioso nos processos de recuperação de estados atróficos e distróficos da mucosa vaginal, além de aliviar a secura causada pela deficiência de estrogênio. Assim, o ácido hialurônico oferece uma opção não hormonal eficaz para mulheres na menopausa².
Aviso: Não se auto medique! É fundamental procurar um especialista para receber a orientação adequada e encontrar o tratamento ideal para a sua situação. Cuide-se!
Óvulo vaginal com ácido hialurônico
Ácido hialurônico
Óvulo vaginal qsp
Inserir um óvulo vaginal ao dia por duas semanas, seguido por duas vezes por semana nas duas semanas seguintes.
Óvulo vaginal com estradiol
Estradiol
Óvulo vaginal qsp
Inserir um óvulo vaginal ao dia por duas semanas, seguido por duas vezes por semana nas duas semanas seguintes.
----Extra----
Óvulo vaginal com vitamina D
Vitamina D
Óvulo vaginal qsp
Inserir um óvulo vaginal ao dia, antes de dormir.
Estudo demonstrou que a utilização de óvulo vaginal contendo vitamina D proporcionou efeitos protetores as mulheres na menopausa com AVV devido a melhora no valor da maturação vaginal, redução do pH, além da diminuição das dores durante a relação sexual, secura e a palidez da região³.
Blend hidratante de Ácidos Hialurônicos
Vaginite Atrófica - 30g
Ácidos Hialurônicos e Hyaxel. Contém ácidos hialurônicos de vários pesos moleculares. Aplicar após o procedimento. Indicado para a produção de colágeno, cicatrização e hidratação da pele, após os procedimentos.
*Consulte um especialista para orientações sobre dosagem e uso seguro destes medicamentos manipulados!
Literatura consultada
1. Jafarzade A, Mungan T, Aghayeva S, Yıldırım Baydemir B, Ekiz OU, Biri A. A comparison of hyaluronic acid and estradiol treatment in vulvovaginal atrophy. Eur Rev Med Pharmacol Sci. 2024 Jan;28(2):571-576. doi: 10.26355/eurrev_202401_35054.
2. Ekin M, Yaşar L, Savan K, Temur M, Uhri M, Gencer I, Kıvanç E. The comparison of hyaluronic acid vaginal tablets with estradiol vaginal tablets in the treatment of atrophic vaginitis: a randomized controlled trial. Arch Gynecol Obstet. 2011 Mar;283(3):539-43. doi: 10.1007/s00404-010-1382-8.
3. Rad P, Tadayon M, Abbaspour M, Latifi SM, Rashidi I, Delaviz H. The effect of vitamin D on vaginal atrophy in postmenopausal women. Iran J Nurs Midwifery Res. 2015 Mar-Apr;20(2):211-5.
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