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Peeling de ácido lático: tratamento para diversas condições da pele.

  • Foto do escritor: Pharmactiva
    Pharmactiva
  • 6 de set.
  • 7 min de leitura

Atualizado: 15 de set.

mulher com pele saudável

Descubra como os peelings com ácido lático transformam o tratamento de acne, fotoenvelhecimento, melasma e outras condições de pele.


Com eficácia comprovada, segurança e versatilidade, o ácido lático promove renovação celular, hidratação e clareamento, oferecendo resultados clínicos excepcionais com mínima irritação.


Ideal para pacientes com diversas necessidades dermatológicas.



Introdução

O ácido lático é um ácido orgânico natural amplamente encontrado na natureza e historicamente reconhecido por suas aplicações em cuidados com a pele. Desde os tempos do antigo Egito, onde a Rainha Cleópatra usava iogurte para banhos, obtendo uma pele mais brilhante e suave, até a extração científica do ácido láctico pelo químico sueco Carl Wilhelm Scheele em 1780, este composto tem sido um ingrediente valioso em tratamentos dermatológicos. O primeiro uso documentado de ácido láctico para condições da pele foi em 1943, quando Stern et al. trataram ictiose com resultados significativos. Desde então, a pesquisa sobre os efeitos hidratantes do ácido láctico e sua capacidade de aliviar a secura da pele tem aumentado, resultando em sua ampla aplicação em peelings químicos.


O peeling químico envolve a aplicação de agentes químicos na pele para induzir graus controlados de dano na epiderme ou derme, promovendo a esfoliação, a remoção de lesões superficiais e a regeneração subsequente de ambas as camadas da pele. Nos últimos anos, os peelings químicos ganharam popularidade na dermatologia e em departamentos de cosmética devido a seus procedimentos simples, baixo custo e efeitos colaterais mínimos, consolidando-se como uma das técnicas de tratamento cosmético minimamente invasivas mais utilizadas¹.


preparação do rosto para peeling

À medida que os peelings químicos evoluem e melhoram, um número crescente de agentes químicos é aplicado em tratamentos clínicos. O ácido láctico, como um alfa-hidroxiácido natural, não só exibe propriedades suaves e seguras, mas também possui múltiplas atividades fisiológicas, incluindo efeitos antibacterianos, regulação imunológica e promoção da cicatrização de feridas, tornando-o um dos agentes de peeling químico mais populares.




Entender as características do ácido lático, seu mecanismo de ação em peelings químicos e suas aplicações clínicas irá oferecer referências valiosas para dermatologistas, destacando o potencial do ácido lático como agente de peeling químico mais apropriado para diversas condições cutâneas, devido à sua eficácia, segurança e versatilidade¹.


Este paper apresenta um estudo de revisão que tem como objetivo destacar a eficácia e segurança do ácido lático como agente de peeling químico, elucidando suas características, seu mecanismo de ação e enfatizando seus benefícios terapêuticos e sua capacidade de promover a saúde.


CARACTERÍSTICAS DO ÁCIDO LÁTICO:

O ácido lático é um alfa-hidroxiácido natural que se destaca por apresentar baixa irritação, segurança e alta eficácia em tratamentos dermatológicos. Ele possui propriedades bacteriostáticas, de regulação imunológica, reparo de feridas e proteção da barreira cutânea, tornando-se um agente versátil e altamente recomendado para peelings químicos, especialmente em pacientes com pele sensível ou em tratamentos iniciais.


Baixo nível de irritação: O ácido lático se destaca por seu baixo nível de irritação comparado a outros alfa-hidroxiácidos, como o ácido glicólico. Estudos demonstram que, apesar de eficaz, o ácido lático provoca menos irritação, devido às suas propriedades de auto-esterificação, permitindo uma penetração lenta e suave na pele.


Segurança: O ácido lático é seguro, com baixa irritação cutânea e alta compatibilidade com a pele, minimizando o risco de reações alérgicas. Testes com solução a 10% mostraram excelente segurança, tornando-o ideal para peles sensíveis ou rosácea, especialmente para os primeiros peelings.


Alta eficiência: O ácido lático serve como substrato energético e molécula sinalizadora, desempenhando papéis cruciais em processos celulares como efeitos antibacterianos, regulação imunológica, reparo de feridas e proteção da barreira cutânea.


Bacteriostático: O ácido lático inibe o crescimento de patógenos microbianos, danificando a membrana celular bacteriana e comprometendo sua integridade, causando danos subletais às bactérias.


Regulação imunológica: O ácido lático possui efeitos anti-inflamatórios, reduzindo a produção de citocinas pró-inflamatórias e suprimindo a ativação de células T, o que diminui a inflamação e a sensibilidade da pele.


Reparo de feridas: O ácido lático estimula a síntese de colágeno e atua como agente pró-angiogênico, acelerando a cicatrização de feridas e promovendo a regeneração da pele.


Proteção de barreira: O ácido lático aumenta os níveis de ceramida no estrato córneo, melhorando a barreira lipídica e a função de barreira da pele. Ele também alivia danos causados por agentes irritantes, fortalecendo a resiliência da pele.


Estas características fazem do ácido lático um agente eficaz, seguro e versátil para peelings químicos, proporcionando benefícios significativos em hidratação, renovação celular, regulação imunológica, reparo de feridas e proteção da barreira cutânea¹.


APLICAÇÕES CLÍNICAS DOS PEELINGS COM ÁCIDO LÁTICO¹:

ACNE¹

homem com acne no rosto

Estudos demonstraram a eficácia do ácido lático no tratamento de acne leve a moderada:

  • Estudo incluindo 30 pacientes foram tratados com ácido lático a 40% a cada duas semanas por três sessões, resultando em redução significativa nas lesões acneicas inflamatórias e não-inflamatórias sem reações adversas severas;

  • Outro estudo envolvendo 10 pacientes com acne vulgar e 15 com cicatrizes pós-acne utilizou ácido lático a 88%, mostrando redução de 87,2% nas pápulas e melhora significativa nas cicatrizes após três sessões, com alta satisfação dos pacientes.

FOTOENVELHECIMENTO¹

rosto feminino com linhas de expressão
  • Estudo comparou a combinação de ácido lático e ácido ferúlico com o uso isolado de ácido ferúlico, envolvendo dois grupos de 30 pacientes. O tratamento combinado mostrou melhora significativa de 42% no fotoenvelhecimento, superior aos 27% do ácido ferúlico sozinho;

  • Outro estudo investigou a eficácia do ácido lático a 85% em linhas finas periorbitais, mostrando melhora notável após três sessões mensais;

  • Estudos adicionais sugerem que a melhora clínica e histológica observada após peelings com ácido lático pode estar associada à degradação dos mastócitos e ativação das células dendríticas.

MELASMA¹

rosto feminino com melasma
  • Estudo comparativo envolvendo 112 pacientes avaliou a eficácia e segurança dos peelings com ácido lático a 60% e ácido glicólico a 40% no tratamento de melasma. O grupo tratado com ácido lático apresentou taxa de eficácia de 80,4%, superior aos 67,5% do grupo tratado com ácido glicólico, com menor incidência de reações adversas;

  • Outro estudo com peelings de ácido lático a 82% mostrou melhorias significativas em melasma facial resistente, com boa tolerabilidade.


OUTROS DISTÚRBIOS DA PELE¹

Melanose periorbital:

mulher com região dos olhos escurecida



Peelings químicos, incluindo ácido lático, são eficazes no tratamento da melanose periorbital. Em um estudo com 56 participantes, o ácido lático a 30% demonstrou melhora significativa e maior satisfação dos pacientes em comparação com o ácido glicólico a 20%.

Ictiose:

No tratamento de ictiose, um estudo comparou a eficácia do ácido lático a 12% com vaselina, mostrando resultados superiores para o ácido lático em termos de hidratação e esfoliação.

rosto com ictiose

Acantose nigricans:

pele com sinais de acantose

Para acantose nigricans, a combinação de lactato de amônio a 12% e tretinoína a 0,05% mostrou melhora significativa nos sintomas, atribuídas ao efeito esfoliante e à degradação dos desmossomos pelo ácido lático.

Os peelings com ácido lático são eficazes, seguros e versáteis para diversas condições dermatológicas, incluindo acne, fotoenvelhecimento, melasma e outros distúrbios da pele. Suas propriedades esfoliantes, clareadoras e regenerativas, juntamente com a baixa incidência de reações adversas, tornam o ácido lático uma escolha ideal para tratamentos dermatológicos¹.


MECANISMO DE AÇÃO DO ÁCIDO LÁTICO¹:

PROMOÇÃO DA DESCAMAÇÃO

Redução do pH da epiderme:

  • Aumenta a atividade das enzimas relacionadas à descamação;

  • Acelera a degradação dos desmossomos;

  • Promove a descamação da pele.

Acidificação imediata do estrato córneo:

  • Ativação da proteína desmossômica Catepsina D-like (CD);

  • Degradação dos desmossomos;

  • Enfraquecimento da adesão celular.

Aumento da expressão de CD em longo prazo:

  • Promove a descamação nas semanas seguintes ao tratamento.

Interferência na concentração de íons cálcio:

  • Interferência direta na concentração de íons cálcio na epiderme;

  • Desmossomos mais propensos à degradação.

RECONSTRUÇÃO DE TECIDOS DÉRMICOS

Estimulação das células epidérmicas:

  • Liberação de citocinas;

  • Mediação da síntese de colágeno pelos fibroblastos dérmicos.

Aceleração da síntese de colágeno:

  • Direta: Ação direta do ácido lático sobre os fibroblastos;

  • Indireta: Liberação de citocinas como a interleucina-1α (IL-1α).

Regulação da degradação da matriz extracelular:

  • Liberação de citocinas;

  • Ação sobre a matriz extracelular.

Aumento da síntese de colágeno:

  • Ativação funcional ou proliferação dos fibroblastos;

  • Regulação da via de sinalização do TGF-β.

Aumento da biossíntese e secreção de componentes da matriz extracelular:

  • Ácido hialurônico e glicosaminoglicanos.

CLAREAMENTO DE PIGMENTOS

Inibição da atividade da tirosinase:

  • Propriedades antioxidantes do ácido lático;

  • Redução da síntese de melanina;

  • Clareamento da pigmentação.

Promoção da descamação epidérmica:

  • Dispersão da melanina na camada basal.

Quelação de íons cálcio:

  • Afeta as junções entre as células epidérmicas;

  • Diminuição da adesão celular;

  • Facilita a dispersão da melanina acumulada.

REDUÇÃO DO CICLO DE RENOVAÇÃO CELULAR

Acidificação do ambiente intracelular:

  • Aceleração da queratinização das células;

  • Aceleração da apoptose das células;

  • Encurtamento do ciclo de renovação epidérmica.

Ativação dos canais de TRPV3 nos queratinócitos:

  • Influxo de íons cálcio;

  • Aceleração da queratinização;

  • Aceleração da apoptose.

Redução dos níveis de íons cálcio:

  • Propriedades quelantes dos AHAs;

  • Aceleração da proliferação celular na camada basal.

O ácido lático atua de maneira multifacetada, promovendo a renovação celular, clareamento de pigmentos, aceleração da renovação epidérmica e reconstrução dos tecidos dérmicos, proporcionando benefícios terapêuticos significativos em tratamentos dermatológicos¹.


receita médica

Aviso: Não se auto medique! É fundamental procurar um especialista para receber a orientação adequada e encontrar o tratamento ideal para a sua situação. Cuide-se!

*Consulte um especialista para orientações sobre dosagem e uso seguro destes produtos manipulados!


Peelings de ácido lático

Ácido lático

Propilenoglicol

Aplicar sobre a face com auxílio de um pincel. Neutralizar com solução de bicarbonato de sódio 10%

CONDIÇÕES DE PELE

DOSE/ FORMULAÇÃO

FREQUÊNCIA DE APLICAÇÃO

Acne leve a moderada

Ácido lático a 40%

A cada duas semanas, totalizando três sessões

Acne vulgar e cicatrizes pós-acne

Ácido lático a 88%

Três vezes em intervalos de duas semanas

Fotoenvelhecimento

Combinação de 30% de ácido lático com 12% de ácido ferúlico

A cada 15 dias, totalizando seis sessões

Linhas finas periorbitais

Ácido lático a 85%

Uma vez por mês, totalizando três sessões

Melasma

Ácido lático a 60%

A cada quatro semanas, totalizando seis sessões

Melanose periorbital

Ácido lático a 30%

A cada três semanas, totalizando três sessões

Ictiose

Ácido lático a 12%

Duas vezes ao dia por quatro semanas

Acantose nigricans

Combinação de lactato de amônio a 12% e tretinoína a 0,05%

Conforme protocolo específico

*A neutralização é essencial para peelings com ácido lático de alta concentração (40% a 88%) para evitar irritações. Tratamentos com concentrações mais baixas (12%) geralmente não requerem neutralização.



Literatura consultada

1. Feng X, Shang J, Gu Z, Luo X, Chen Y, Liu Y. Lactic Acid Chemical Peeling in Skin Disorders. Clin Cosmet Investig Dermatol. 2024 Apr 23;17:901-909. doi: 10.2147/CCID.S455700.

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