Suplementação com ômega-3 reduz a dor muscular e acelera recuperação pós-HIIT em indivíduos com sobrepeso.
- Pharmactiva
- 30 de jul.
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Estudo destaca os benefícios potenciais do ômega-3 como complemento valioso para programas de exercício intensivo, especialmente para pacientes com sobrepeso ou obesidade.
A suplementação com ômega-3 mostrou-se eficaz na redução da dor muscular e melhora da recuperação em homens com sobrepeso submetidos a treino intervalado de alta intensidade (HIIT) na bicicleta.
O problema
A obesidade é um problema de saúde crescente, associado a várias doenças crônicas. As intervenções tradicionais incluem modificações no estilo de vida, como dieta e exercício físico. O exercício contínuo de intensidade moderada (MICE) é frequentemente recomendado, mas enfrenta barreiras como falta de motivação, tempo e prazer. O treino intervalado de alta intensidade (HIIT) surge como alternativa eficiente em termos de tempo e prazer, especialmente para indivíduos obesos.
Estudos mostraram que o HIIT é mais agradável e eficiente do que o MICE e outros exercícios contínuos de alta intensidade. Uma meta-análise revelou que o HIIT melhora mais a pressão arterial e a capacidade aeróbica em jovens obesos. O HIIT em curto prazo tem efeitos semelhantes ao MICE na composição corporal, enquanto o HIIT ema longo prazo melhora a aptidão cardiorrespiratória, a saúde cardiometabólica e a função endotelial.
Contudo, exercícios não habituais, como o HIIT, podem causar dores musculares de início tardio (DOMS), caracterizadas por desconforto, rigidez ou dor que limita o movimento. A DOMS é atribuída a danos no tecido conjuntivo, lesão muscular, efluxo enzimático e inflamação aguda, com sintomas que surgem entre 24 e 48 horas após o exercício, atingem o pico entre 24 e 72 horas e desaparecem em 5 a 7 dias.
A magnitude da DOMS pode afetar a adesão ao exercício, especialmente em indivíduos com sobrepeso ou obesidade. Estudos mostram que homens com percentual de gordura corporal (%GC) ≥ 20 apresentam níveis mais elevados de creatina quinase (CK) e mioglobina após o HIIT, comparados a homens com %GC ≤ 15%. Portanto, reduzir a DOMS é crucial para a continuidade do exercício em pessoas com sobrepeso ou obesidade.

Diversas estratégias têm sido utilizadas para mitigar a gravidade da DOMS e restaurar a função muscular o mais rápido possível.
Os ácidos graxos poli-insaturados ômega-3 têm mostrado aumentar o desempenho atlético, reduzir o estresse oxidativo, danos musculares e marcadores inflamatórios em atletas.
Estudos anteriores indicam que a suplementação de ômega-3 reduz os marcadores de DOMS em exercícios de resistência, caracterizados por movimentos musculares excêntricos.
Os efeitos da suplementação de ômega-3 no DOMS e danos musculares induzidos por HIIT são pouco estudados. Devido ao menor impacto e maior segurança, o HIIT na bicicleta foi escolhido para este estudo com indivíduos obesos¹.
Este paper aborda um estudo que visa investigar os efeitos da suplementação de ômega-3 na DOMS, danos musculares e marcadores inflamatórios agudos induzidos pelo HIIT na bicicleta em homens não treinados com sobrepeso ou obesidade¹.

Tipo de estudo:
Estudo clínico randomizado, duplo-cego e com medidas repetidas.
Questão de pesquisa (PICO):

População: 24 homens, idade entre 18-40 anos, IMC (índice de massa corporal) entre 23-30 kg/m², estilo de vida sedentário ou atividade física padrão < 2 vezes/semana (< 20 min/vez).

Intervenção: Suplementação com ômega-3 (dose diária de óleo de peixe contendo EPA e DHA) por 4 semanas e durante 48h após o HIIT na bicicleta (sessão de HIIT na bicicleta consiste em 8s de ciclismo de alta intensidade seguidos por 12s de recuperação lenta durante 20 minutos). | Comparação: O grupo de comparação recebeu cápsulas placebo.

Outcomes: Os principais resultados me didos no estudo incluem índice de ômega-3, níveis de creatina quinase (CK) no plasma, contagem de leucócitos (WBC) e dor muscular de início tardio (DOMS), medida por escalas de dor, força e flexibilidade.
Referência: J Sports Sci Med. 2024 Jun 1;23(2):317-325. doi: 10.52082/jssm.2024.317.
Resultados¹:
O índice de ômega-3 no grupo intervenção aumentou significativamente após 4 semanas de suplementação, indo de 7,37% para 11,24% (P < 0,05);
Os níveis de CK no grupo suplementado com ômega 3 aumentaram imediatamente e 24h após o HIIT na bicicleta, mas diminuíram significativamente 48h após o HIIT, voltando aos níveis pré-exercício (P < 0,05);
No grupo que recebeu suplementação com ômega-3, não houve aumento significativo na WBC imediatamente após o treino intervalado de alta intensidade (HIIT) na bicicleta. Em contraste, o grupo controle apresentou aumento significativo na contagem de WBC (P < 0,05). Esta estabilidade na contagem de WBC no grupo suplementado com ômega-3 sugere resposta inflamatória atenuada, o que pode representar uma vantagem importante para a recuperação pós-exercício;

O grupo suplementado com ômega-3 apresentou redução significativamente maior na dor na panturrilha 48h após o HIIT na bicicleta em comparação ao grupo controle (p<0,05);

A força muscular diminuiu significativamente imediatamente após o HIIT em ambos os grupos. Porém, o grupo suplementado com ômega-3 apresentou aumento significativo da força 24 horas após o HIIT na bicicleta, enquanto no grupo controle, o aumento significativo ocorreu apenas 48 horas após o exercício (p<0,05).

A suplementação com ômega-3 aumentou significativamente o índice de ômega-3 em homens com sobrepeso ou obesidade, reduziu os níveis de creatina quinase (CK) e acelerou a recuperação da força muscular após o HIIT na bicicleta, além de diminuir a dor muscular, especialmente na panturrilha.
Esses resultados indicam que o ômega-3 pode atenuar a dor muscular de início tardio (DOMS) e melhorar a recuperação muscular, favorecendo a continuidade e adesão ao exercício em indivíduos com sobrepeso ou obesidade¹.
COMO O ÔMEGA-3 ATUA NA RECUPERAÇÃO MUSCULAR¹:
O estudo demonstrou que a suplementação de ômega-3, contendo EPA e DHA, reduz a dor muscular de início tardio (DOMS) e melhora a recuperação muscular após o HIIT na bicicleta.
O ômega-3 diminui a produção de eicosanoides pró-inflamatórios, modula a resposta inflamatória e facilita a síntese de proteínas musculares. Esses efeitos resultam em menores níveis de creatina quinase (CK), menor inflamação e dor muscular, e recuperação mais rápida da força, destacando o potencial do ômega-3 como intervenção eficaz para melhorar a recuperação muscular e a continuidade do exercício em indivíduos com sobrepeso ou obesidade.

Aviso: Não se auto medique! É fundamental procurar um especialista para receber a orientação adequada e encontrar o tratamento ideal para a sua situação. Cuide-se!
*Consulte um especialista para orientações sobre dosagem e uso seguro destes medicamentos manipulados!
Cápsulas de ômega-3
Ômega-3 - 1g
Administrar 4 (quatro) cápsulas* ao dia.
*total de 1,8g de EPA e 1,2g de DHA.
A suplementação de ômega-3 é altamente recomendada para atletas e indivíduos que praticam exercícios intensos, especialmente aqueles com sobrepeso ou obesidade. Incorporar ômega-3 à dieta pode melhorar a continuidade e adesão aos programas de exercício, resultando em melhores resultados de saúde e desempenho¹.
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Estudo com 20 mulheres ativas avaliou a suplementação com amarena (Prunus cerasus L.) versus placebo por oito dias. Após um protocolo de sprint, a amarena reduziu dores musculares (DOMS), melhorou a recuperação da flexibilidade e das funções musculares, e acelerou a recuperação do salto vertical (CMJ), indicando que a amarena é uma intervenção nutricional prática para atenuar sintomas de lesão muscular e melhorar a recuperação muscular pós-exercício.
Literatura consultada: 1. Makaje N, Ruangthai R, Sae-Tan S. Effects of Omega-3 Supplementation on the Delayed Onset Muscle Soreness after Cycling High Intensity Interval Training in Overweight or Obese Males. J Sports Sci Med. 2024 Jun 1;23(2):317-325. doi: 10.52082/jssm.2024.317.
2. Brown MA, Stevenson EJ, Howatson G. Montmorency tart cherry (Prunus cerasus L.) supplementation accelerates recovery from exercise-induced muscle damage in females. Eur J Sport Sci. 2019 Feb;19(1):95-102.
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